quinta-feira, 15 de maio de 2008

Timor-Leste: Conspiração acentua-se quando ocorre a rendição do líder duma alegada tentativa de “golpe”

Depois da negociação da sua prisão com as forças ocupantes da Indonésia, Xanana Gusmão não para de descer o plano inclinado em que então mergulhou. Agora, com a divulgação de notícias sobre a morte do ex major Reinado e os subsequentes acontecimentos políticos, avolumam-se interrogações sobre as circunstancias que envolveram o atentado contra Ramos Horta.É igualmente muito estranho o pesado silêncio do Governo e dos media portugueses sobre a evolução dos acontecimentos em Timor

Patrick O’Connor - 15.05.08


Gastão Salsinha, o alegado co-líder do que foi rotulado «tentativa de assassínio contra o Presidente José Ramos Horta e o Primeiro-Ministro Xanana Gusmão» em 11 de Fevereiro, rendeu-se às autoridades em Dili na Terça-feira. Salsinha é especificamente acusado de atacar o veículo de Gusmão depois do antigo major Alfredo Reinado ter sido morto a tiro por soldados, na residência de Ramos-Horta. O antigo tenente das forças armadas nega essas acusações e insiste que nem ele, nem Reinado, tentaram orquestrar um golpe ou um assassínio.

A rendição de Salsinha veio, conjuntamente, com o temor de mais revelações que colocam mais dúvidas sobre a explicação oficial para os acontecimentos lamacentos de 11 de Fevereiro, e apontam mais uma vez para a possibilidade de o próprio Reinado ter caído numa cilada de assassínio.


Salsinha tinha andado em fuga, com cerca de doze dos seus homens, nos distritos do oeste de Timor desde os alegados ataques contra Gusmão. Anteriormente, liderou os 600 soldados conhecidos como “peticionários”. O seu motim em 2006 precipitou uma ampla violência do que resultou a fuga de 150.000 timorenses das suas casas. O conflito foi seguido de uma intervenção militar Australiana e do derrube do governo da Fretilin, liderado por Mari Alkatiri.


Salsinha concordou formalmente em render-se na passada sexta-feira, e passou os dias seguintes em negociações na cidade do oeste de Gleno. Mas, ele rendeu-se, oficialmente, em Dili, na terça-feira juntamente com 12 camaradas, ex-soldados, incluindo Marcelo Caetano, que alegadamente terá baleado Ramos-Horta.


Ramos-Horta encontrou-se publicamente com os soldados amotinados em Dili quando entregaram formalmente as armas e se submeteram à polícia timorense numa cerimónia realizada no Palácio do Governo. Com o Primeiro-Ministro Gusmão, em Jacarta, para conversações com o governo Indonésio, o Vice-Primeiro-Ministro José Luis Guterres presidiu à rendição e declarou ela constituía “momento histórico” para Timor-Leste.

No mês passado, Salsinha deu uma entrevista telefónica ao programa “Dateline” da televisão da Austrália, SBS. Nessa entrevista, Salsinha afirmou: “Há muitas acusações contra nós, sobre da morte do Major Alfredo e do presidente ter sido ferido e também sobre o ataque ao primeiro-ministro.” “Dizem todos que estávamos a planear um golpe, mas estão a mentir. Seja o que for que digam estão a tentar manchar a nossa reputação.... Estive lá mas não tinha qualquer intenção de fazer um golpe ou prejudicar o primeiro-ministro. Se tivéssemos planeado atacar o primeiro-ministro, ele não teria chegado a Dili.”

Salsinha disse ao “Dateline” que, manhã cedo, a 11 de Fevereiro, Reinado, “estava bêbado”, e ordenou aos seus homens para o acompanharem a Dili onde se ia encontrar com Ramos-Horta e Gusmão. Salsinha disse que esperou numa estrada que vai para a casa de Gusmão e que aguardava mais instruções enquanto Reinado foi à casa de Ramos-Horta.

Isso mantém obscuro o que aconteceu a seguir. Alguns relatos dizem que Salsinha recebeu uma mensagem de texto a informá-lo que Reinado tinha sido morto a tiro e que então o líder dos peticionários tentou sem sucesso emboscar a caravana de Gusmão. Mas, o deputado do governo, Mário Carrascalão, questionou porque não foi ninguém ferido na alegada emboscada, enquanto Mari Alkatiri insiste que a Fretilin tem provas fotográficas que indicam que todo o incidente foi falsificado.

O programa “Dateline”, emitido em 16 de Abril, incluía uma entrevista com um dos homens de Reinado, cujo “nome de guerra” é Teboko, que esteve envolvido no confronto em casa de Ramos-Horta. Teboko insiste que Reinado tinha uma entrevista marcada com o presidente.

“Tínhamos uma ordem de Alfredo para não atacar a residência do presidente,” disse ele ao programa do SBS. “É claro. Compreende-se bem, se fossemos para o atacar, podíamos tê-lo baleado em Maubisse ou Suai quando o encontramos [previamente]. Não projectávamos isso. Isso não estava nas nossas mentes. Tínhamos um encontro marcado do presidente com o Major Alfredo e íamos com dois veículos. Chegamos sem nenhuma preparação armada ou militar. Como sabemos, as F-DTL [militares Timorenses], dispararam primeiro contra nós. Eles mataram o Major Alfredo e o membro Leopoldino. O jornalista do “Dateline”, Mark Davis, explicou: “de acordo com Teboko, cerca de 10 minutos depois de entrarem no complexo, sem nenhum fogo de armas e nenhuma ameaça, Alfredo Reinado foi de repente morto a tiro. Encontro encerrado.”

Um relato idêntico foi feito por Natália Lidia Guterres, a viúva de Leopoldino, o homem de Reinado que também foi morto na residência de Ramos-Horta. Ela disse ao The Australian que o marido entrou em casa às 3 da manhã, em 11 de Fevereiro, para mudar o uniforme. Contou ao jornal que Leopoldino tinha dito “vamos ter um encontro com o Senhor Presidente”. O artigo, publicado em 19 de Abril, continuava: “Natália disse que Leopoldino parecia ‘muito feliz’ porque iam resolver coisas num encontro que a [Angelita] Pires tinha arranjado.”

The Australian sublinhou também que um mapa da residência de Ramos-Horta, feito à mão, foi encontrado no corpo de Reinado. Os detalhes foram alegadamente dados por Albino Assis, um dos guardas militares de Ramos-Horta, que tinha também trabalhado ao lado de Reinado na polícia militar antes da crise de 2006. Os registos telefónicos demostram que Reinado teria , supostamente, falado com Assis, imediatamente antes do alegado ataque na residência de Ramos-Horta.

The Australian sugeriu que Assis tinha traído Ramos-Horta e que estava colaborando com Reinado. Mas se fosse esse o caso, porque é que Reinado entrou na casa do presidente à procura dele quando ele estava fora, no seu habitual passeio matinal? Assis devia estar familiarizado com a agenda de Ramos-Horta.

Também não foi explicado o papel dum outro homem que trabalhou no gabinete de Ramos-Horta e que foi visto no acampamento de Reinado na noite anterior à violência de 11 de Fevereiro. De acordo com o “Dateline”, o indivíduo não identificado era membro dum grupo chamado MUNJ (Movimento para a Unidade e Justiça) que actuou como intermediário entre Ramos-Horta e Reinado. O programa SBS sublinhou: “Desde os tiros contra Horta, o MUNJ tem estado particularmente calado sobre a sua presença no acampamento de Reinado na noite anterior ao ataque. Está claro que eles estavam a transmitir uma mensagem de Horta, mas não se sabe nada sobre as horas a que partiram.”

O Relato oficial está desmentido pelos novos factos

O relato oficial do que ocorreu em 11 de Fevereiro — que Reinado liderou um golpe ou uma tentativa de assassínio — caiu aos pedaços. É agora virtualmente certo que o antigo major Reinado foi à residência do presidente para falar com Ramos-Horta, e parece certo que tinha um encontro agendado. Aquilo que aconteceu, e como exactamente foi morto — cerca de uma hora antes do próprio Ramos-Horta ter sido ferido — mantém-se obscuro.

A emissão de 16 de Abril da “Dateline” sugeriu que Reinado receava que o acordo de amnistia, que tinha acordado com Ramos-Horta em meados de Janeiro, estava em risco. Sobre os termos deste acordo secreto, Reinado e os seus homens deviam submeter-se à polícia, depois do que Ramos-Horta lhes daria um perdão total. Mas em 7 de Fevereiro, Ramos-Horta convocou um encontro em sua casa envolvendo Gusmão, deputados do governo e uma grande delegação da Fretilin. De acordo com vários relatos, os deputados disseram a Ramos-Horta que ele não tinha poder para amnistiar Reinado, e que isso teria que ser discutido em mais encontros agendados para 12 e 14 de Fevereiro.

O “Dateline” sugeriu que Reinado, tendo sabido do que se tinha discutido, e tinha ido a Dili para confrontar Ramos-Horta que, pensava ele, se estava a preparar para renegar o acordo. Isto é, seguramente, uma possibilidade. Extraordinariamente, contudo, o programa da SBS falhou, ao não saber que o item principal da agenda do encontro de 7 de Fevereiro de Ramos-Horta não era a amnistia de Reinado mas sim a formação de um novo governo. O presidente tinha concluído que o governo de Gusmão, que é cada vez mais impopular e dividido por lutas internas, deixara de ser viável. Ele disse aos deputados reunidos que concordava com o pedido da Fretilin da realização de eleições antecipadas para resolver a crise política. Gusmão discordava duramente, contudo, insistia que a coligação continuaria a governar sozinha.

O World Socialist Web Site sublinhou previamente que o Primeiro-Ministro Gusmão tinha muito a ganhar com a morte de Reinado. De acordo com a velha fórmula da investigação cui bono (quem ganha?), a possibilidade de Gusmão, ou as forças alinhadas com Gusmão, poderem ter algo a ver com a eliminação do antigo major não pode ser excluída. Os acontecimentos de 11 de Fevereiro resultaram naturalmente no cancelamento imediato dos encontros de Ramos-Horta planeados para 12 e 14 de Fevereiro. Aqueles acontecimentos impediram mais movimentos para dissolver o governo de Gusmão.

O primeiro-ministro cavalgou imediatamente a violência para reclamar poderes autoritários sob a declaração dum “Estado de sítio” (que se manterá em força nos distritos do oeste de Timor até o fim de Maio).

Mais ainda, a morte de Reinado ocorreu depois do antigo major ter emitido um DVD, que foi amplamente divulgado, onde acusou Gusmão de instigar directamente os protestos dos peticionários em 2006 que desencadearam os acontecimentos, culminando no derrube da administração de Alkatiri. Reinado tinha ameaçado dar mais detalhes do alegado papel de Gusmão na operação de “mudança de regime”.

Questões importantes acerca do papel de Camberra

Reinado tinha, há muito tempo, relações com a Austrália. Residiu naquele país como refugiado nos anos 90 (a mulher e filhos continuam a viver em Perth), e recebeu formação militar em Camberra depois de ter regressado a Timor e se ter junto às forças armadas do país. Em 2006, Reinado foi elogiado nos media da Austrália pelo seu papel na desestabilização do governo de Alkatiri, que Camberra considerava demasiado com a China e Portugal. Depois da polícia da ONU ter prendido Reinado sob a acusação de porte armas, ele e os seus homens foram libertados duma prisão de Dili que estava a ser guardada por tropas Australianas e da Nova Zelândia.

Soldados Australianos, incluindo forças de elite SAS, então, clamaram serem incapazes de localizar e deter o antigo major enquanto ele emitia declarações públicas regulares e dava entrevistas para os media mundiais, a partir da sua base no oeste de Timor. Isto era completamente implausível — o governo de Camberra, Austrália, tem uma extensa rede de agentes dos serviços de informações a operarem no Timor-Leste, bem como uma inteira divisão dos serviços de informações. Por exemplo, a Direcção de Sinais de Defesa dedica-se a monitorar comunicações electrónicas.

Nos dias anteriores à morte de Reinado, o antigo major fez e recebeu 47 chamadas telefónicas para a Austrália. Continua-se a não se saber com quem ele falava. Autoridades Timorenses expressaram frustração sobre a dificuldade que têm sentido em obter informações das autoridades dos serviços de informação da Austrália sobre as gravações de voz e texto das mensagens que interceptaram. Autoridades da Indonésia, por outro lado, forneceram imediatamente as suas informações em relação a várias chamadas que Reinado fez para o país.

Investigadores timorenses estão também à espera por informações relativas a uma conta dum banco de Darwin, no montante de um 1 milhão dólares norte-americanos, a que Reinado tinha acesso. De acordo com o procurador-geral de Timor-Leste, Longinhos Monteiro, Reinado foi informado que o dinheiro tinha sido depositado na conta através de uma mensagem de texto, enviada por Angelita Pires, a sua amante e antiga intermediária com os militares australianos. O Presidente Ramos-Horta, Salsinha e muitos dos homens de Reinado, todos, têm acusado Angelita Pires de manipular Reinado e de provocar a violência ocorrida em 11 de Fevereiro. Não foram ainda deduzidas acusações criminais contra Angelita Pires.

Ramos-Horta tem pedido publicamente que Camberra explique como pode uma soma de um milhão de dólares ter passado sem detecção, particularmente à luz dos alertas automáticos que se aplicam, por rotina, a grandes depósitos, de acordo com as rigorosas leis bancárias da Austrália. Ele também condenou a inacção do governo australiano: “Dois meses [depois] e não vi nenhuma acção para forçar o banco na Austrália para fornecer a informação,” disse ele na rádio ABC. “Quero isto resolvido muito, muito rapidamente, de outro modo levarei a questão ao conselho de segurança da ONU.”

Este ultimato extraordinário teve resposta do ministro dos estrangeiros, Stephen Smith, que garantiu que informação relevante será partilhada logo, que os “procedimentos apropriados” sejam seguidos pelas autoridades Timorenses.

O jogo aparentemente defensivo do governo de Rudd, primeiro-ministro da Austrália, alimentou os rumores em Dili que pessoal australiano deu uma mão aos acontecimentos de 11 de Fevereiro. Um texto de 22 de Abril publicado no The Australian sublinhava: “Isso deve perturbar a Austrália — que lidera a não amada Força Internacional de Estabilização, que foi levada a melhorar a sua imagem fazendo anúncios nos jornais que mostram um soldado australiano a apertar a mão a um garoto timorense — que os timorenses interpretarão afirmações do dinheiro [depositado em Darwin] como uma forte prova de que australianos não-timorenses estiveram a suportar Reinado e a Srª Pires.” A peça continuava: “As coisas estão agora a descarrilar, com muitos timorenses convencidos que os ataques de 11 de Fevereiro tiveram tudo a ver com o petróleo e gás do Timor Gap, com a Austrália ainda não contente em ficar com a parte de leão que já tem e, por isso, de certo modo, a tentar executar a liderança de Timor, de modo a deitar a mão a mais dinheiro. Alguns analistas já percebem que isto é realmente uma batalha entre a Austrália e a Indonésia contra a China.”

Estes rumores apontam para a escalada de hostilidade contra a ocupação australiana em curso de Timor-Leste. Se esses rumores são verosímeis, isso é outra questão. Uma explicação mais verosímil seria que o governo de Camberra (Austrália) está envolvido em “tentar executar a liderança de Timor”. Nesse sentido, as autoridades Australianas sabiam e talvez tenham participado num plano para eliminar Reinado. O antigo major teria servido aos seus propósitos em relação ao que interessava ao governo australiano, e agora estava ameaçando derrubar o governo de Gusmão, totalmente alinhado com Camberra, e isso estaria a abrir a porta para a Fretilin regressar ao poder. Tendo gasto recursos significativos para derrubar Alkatiri em 2006, isto seria, no entanto, a última coisa que os estrategistas Australianos desejariam.

A rendição de Salsinha tem sido elogiada nos media internacionais, como um passo grande para a paz e estabilidade em Timor-Leste, mas a potencialmente explosiva crise política mantém-se por resolver. Enquanto estava em recuperação na Austrália, o Presidente Ramos-Horta disse que ainda receava pela sua vida e que estava a considerar até uma hipótese de renúncia, e ir para Paris escrever as suas memórias.

Agora em Dili, contudo, insiste que não tem nenhuma intenção de renunciar. Tem repetido o seu apoio a eleições antecipadas a serem realizadas no início do próximo ano, e pediu também à Fretilin para formar um gabinete “sombra”[1], “para contribuir para o desenvolvimento do país”. O gesto tem sido interpretado em Dili como uma expressão de apoio para uma potencial administração liderada pela Fretilin. Num discurso ao parlamento timorense em 23 de Abril, Ramos-Horta disse que vai perdoar a Rogério Lobato, um deputado de topo da Fretilin que foi condenado por armar civis durante a crise de 2006. O caso Lobato foi parte importante das falsidades emitidas pelo programa “Four Corners” da ABC, segundo as quais Alkatiri tinha armado um “esquadrão de ataque” para assassinar opositores da Fretilin. O trabalho de difamação da ABC foi usado por Gusmão e pelo governo australiano para pressionar Alkatiri a resignar.

A promessa de Ramos-Horta de amnistiar Lobato tem sido denunciada pelos media da Austrália. O seu aparente afastamento de Gusmão e aproximação à Fretilin será igualmente mal recebido. Com toda a probabilidade, a resposta de Camberra será aumentar as suas manobras por baixo da mesa e as suas jogadas sujas que visam encobrir os seus significativos interesses económicos e estratégicos em Timor-Leste, país pequeno e empobrecido da Ásia.

Nota do Revisor:[1] Na sequência destes acontecimentos, a ASDT e a FRETILIN assinaram no passado dia 1 de Maio de 2008 um acordo de incidência parlamentar, onde se diz: «Assim, os Partidos ASDT e FRETILIN, conscientes da sua responsabilidade política na defesa deste Povo. Assinaram o Termo do Acordo de 1 de Maio para a formação do novo governo Constitucional da RDTL.Para a implementação deste acordo os partidos ASDT e FRETILIN brevemente elaborarão uma plataforma política que contemplará os programas de governação e garantirá à ASDT uma participação proporcional e justa na composição da mesa do Parlamento Nacional e do Governo, nomeadamente: 1. Vice-Presidente do parlamento Nacional;2. Vice-Primeiro Ministro;3. Ministro das Telecomunicações;4. Ministro do Turismo;5. Ministro dos Transportes e Comércio;6. Secretário de Estado do Meio Ambiente;7. Secretário de Estado da Solidariedade, e8. Secretário de Estado da Administração Estatal»

Assinam este acordo pela ASDT Francisco Xavier do Amaral e Francisco Gomes e Francisco Guterres (Lu Olo) e Mari Alkatiri, respectivamente Presidente e Secretário-Geral dos dois partidos.

Este artigo foi publicado no World Socialist Web Site em 2 de Maio de 2008.

Revisão da tradução de José Paulo Gascão

Via O Diário.info

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